"Ciclo de violência: braço-direito de grupo envolvido em morte de pré-candidato à presidência da Colômbia é executado"

"Colômbia vive onda de violência política: braço-direito de grupo acusado de matar pré-candidato presidencial é executado por rivais, enquanto senador Miguel Uribe, 39 anos, morre após dois meses de luta contra ferimentos de atentado a tiros em Bogotá."

Miguel Coelho

8/11/20254 min read

Senador Miguel Uribe, pré-candidato à presidência da Colômbia, baleado durante um evento de campanha — Foto: Reprodução

Número 2 da guerrilha colombiana é executado pelo ELN em território venezuelano

O segundo comandante da Segunda Marquetália, facção dissidente das antigas FARC, foi assassinado por integrantes do Exército de Libertação Nacional (ELN) em território venezuelano. A informação foi confirmada pelo ministro da Defesa da Colômbia, Pedro Sánchez, nesta segunda-feira.

A vítima foi identificada como Zarco Aldinever, nome de guerra de José Manuel Sierra, braço direito de Iván Márquez na estrutura da Segunda Marquetália. Este grupo, que conta com cerca de 2.000 combatentes, retomou as armas após o acordo de paz de 2016 e é apontado como principal responsável pelo atentado contra o senador e pré-candidato presidencial Miguel Uribe, ocorrido em 7 de junho.

Segundo as autoridades colombianas, o crime ocorreu no início de agosto em uma região próxima à fronteira entre Colômbia e Venezuela, mas só foi divulgado agora, coincidindo com a morte do senador Uribe, que faleceu após dois meses internado devido aos ferimentos do atentado.

O ministro Sánchez explicou que o assassinato teria sido motivado por uma disputa entre grupos criminosos. "O ELN executou Aldinever em território venezuelano. Os motivos foram os mesmos de qualquer cartel: uma briga por tráfico de drogas. Aparentemente, houve roubo de um carregamento de cocaína entre as facções", declarou o ministro durante coletiva de imprensa em Bogotá.

A Segunda Marquetália, liderada pelo ex-negociador de paz Iván Márquez, é considerada uma das principais ameaças à segurança na Colômbia após sua ruptura com o processo de paz em 2019. Já o ELN se mantém como a última guerrilha reconhecida em atividade no país e vem expandindo suas operações para o território venezuelano nos últimos anos.

A morte de Aldinever ocorre em um momento de crescente violência política na Colômbia, marcado pelo atentado contra Miguel Uribe e por confrontos entre grupos armados nas regiões de fronteira. As autoridades ainda investigam as conexões exatas entre estes eventos.

Arquivo: Amigos e parentes do senador Miguel Uribe aguardam notícias sobre seu estado — Foto: Raul ARBOLEDA / AFP

Senador e pré-candidato presidencial é assassinado na Colômbia em ataque ligado a grupo dissidente

Bogotá - O senador e pré-candidato à Presidência da Colômbia, Miguel Uribe, de 39 anos, faleceu nesta segunda-feira após dois meses internado em estado grave. O político sofreu um atentado a tiros durante evento de campanha em Bogotá, quando um adolescente de 15 anos efetuou dois disparos contra sua cabeça.

Detalhes do ataque:

  • Seis pessoas já foram presas, incluindo o menor que executou os tiros

  • O ministro da Defesa, Pedro Sánchez, afirmou haver "conexão importante" entre os autores e o cartel Segunda Marquetália (dissidência das FARC)

  • Uribe passou por múltiplas cirurgias sem recuperar a consciência

Conexão com grupo armado:
A investigação aponta vínculos com José Manuel Sierra (codinome "Zarco Aldinever"), ex-combatente das FARC que:


✔️ Ingressou na guerrilha aos 14 anos (1990)
✔️ Assinou o acordo de paz em 2016
✔️ Reapareceu armado em 2019 ao lado de Iván Márquez
✔️ Foi assassinado pelo ELN em agosto em suposta disputa por drogas

Contexto político:
A Segunda Marquetália - que reúne cerca de 2.000 combatentes - rompeu publicamente com o processo de paz em vídeo onde acusava o Estado de descumprir os acordos. O grupo opera principalmente na fronteira com a Venezuela.

Parlamentares colocaram foto do senador Miguel Uribe com a frase 'estamos esperando por você' em uma bandeira colombiana acima de sua cadeira no Congresso, antes do anúncio de sua morte — Foto: Raul Arboleda/AFP

Assassinato de pré-candidato reacende crise de violência política na Colômbia

A morte de Miguel Uribe, principal nome da direita para as eleições presidenciais de 2026, reaviva os fantasmas de uma época marcada por ataques contra políticos - como os que assolaram o país nas décadas de 1980 e 1990. O crime ocorre em um momento delicado do processo de paz colombiano.

Contexto político atual:

  • O governo do presidente Gustavo Petro (esquerda) iniciou negociações com a Segunda Marquetália em 2024, mediadas pela Venezuela

  • As tratativas estão paralisadas desde meados deste ano por falta de avanços concretos

  • A facção mantém forte atuação no narcotráfico, especialmente nos departamentos de Meta, Cundinamarca e Boyacá

Perfil do líder morto: José Manuel Sierra ("Zarco Aldinever"), executado pelo ELN em agosto:

  • Era peça fundamental na estrutura financeira do grupo

  • Controlava rotas de cocaína no centro do país

  • Tinha histórico guerrilheiro desde os 14 anos de idade

Impacto imediato:

  • Aumento da tensão entre governo e oposição

  • Pressão por medidas de segurança para candidatos

  • Debate sobre eficácia dos processos de paz

Próximos passos:

  • O Ministério Público investiga ligações entre o ataque a Uribe e redes de narcotráfico

  • A família do senador exige justiça rápida

  • Organizações internacionais monitoram risco de escalada violenta

(Fontes: Ministério do Interior/Observatório de Conflitos Armados)

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